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Mostrando postagens de 2021

Deus

Tenho para mim que Deus está em tudo aquilo que não foi inventado. No inédito do inédito é onde Deus habita. O que Ele faz está no que ainda não foi feito e tudo só pode ser feito, portanto, através do que Ele faz. Pode parecer filosófico (e, por isso, abstrato) demais, mas eu explico.  Acho que Deus é uma junção de tudo aquilo de misterioso que há no universo. Ora! Você nunca  se perguntou a razão das coisas? Nunca percebeu que há perguntas sem respostas e respostas sem perguntas? Por que eu amo minha mãe? Não sei, eu apenas a amo. Por que eu preciso passar por isso? Não sei... talvez para aprender o que hoje eu sei? Por que eu vivo? Por que eu morro? Há muito de Deus nas crianças de 8 anos.  Ele criou o livre-arbítrio. Sendo essa, talvez, a sua primeira criação. Pois desde a primeira ideia, houve o livre-arbítrio para escolher o que se fazer depois. Deus inventou também o liberalismo. O liberalismo divino – que seja. E Ele foi tendo ideias inéditas, e inéditas, e inéditas... Imagine

O Coringa

O Coringa é a personificação de uma tara que a sociedade tem. Eles fizeram da vida do personagem um eterno sofrer. O Coringa era a vítima de todos ao redor, que riam da condição dele – e não das palhaçadas que ele fazia. Ele era feio, pobre e tinha um distúrbio mental que o fazia rir sem controle – especialmente quando ele se via injustiçado.  O Coringa só queria fazer o bem sua vida toda. Não fazia mal a uma formiga sequer. Ele, como bom palhaço que era, só queria fazer as pessoas felizes e, de quebra, ser alguém digno de felicidade. Mas o que os outros ofereceram? Cobranças. Cobrança inclusive de que ele aceitasse uma condição na qual ele era apenas um saco de pancada. O movimento que ele "começou" não teve nele a sua inspiração. As pessoas que se viram na mesma condição dele, apenas liberaram essa insatisfação. O Coringa foi, no máximo, um lembrete para que as pessoas fizessem algo além do "acorda, defeca e amém".  E é aí que o grande espetáculo se deslinda: a so

Interjeições filosóficas

– Tudo pelo qual você passa é uma experiência exclusiva sua. Você não pode transferir essa sua sensação. Só você vai senti-la, por motivos, às vezes, não tão óbvios assim. E sendo essa uma coisa particular e intransferivelmente sua, é normal você não sabê-la definir direito. E tudo bem. Nós somos completos e nos bastamos. – Hum... – O que foi? – Eu não consigo entender direito. Por exemplo, você fala que nós nos bastamos. Mas como você fez pra publicar seu livro sem ajuda de outros? Sem usar do convencimento para alguém revisá-lo, editá-lo, distribui-lo? Você precisou de outras pessoas. Você sozinho não se bastou para realizar isso. É como se sua teoria fosse bem falha na prática. – Somos ensinados a pensar dessa forma, de que pessoas precisam ser convencidas para que realizemos os nosso desejos. Seja através de um simples pedido, seja pela forma de barganha (dinheiro ou troca de favores). Mas todas essas formas de se conseguir algo externo a você depende sim de outros para se existir.

Aos que ousam!

Confesso que o alarde geral repercutiu por aqui também. Também não gosto de indefinição. Vai cair o Governo? Vai ter Guerra Civil? Vai a oposição assumir? Vai haver novas eleições? Vai mudar algo? ... Apesar de não gostar dessa obrigação de ter que defender meus pensamentos, às vezes tenho que fazê-lo. E é o caso. Ora, se é algo que me afeta diretamente – tenho que ter pulso firme para ter a opinião que é melhor para mim (opinião essa – já adianto – que não será exposta aqui). Ousadia não é contrário a humildade. Você pode ousar sendo humilde. Jesus (no que está escrito na Bíblia) era humilde e ousou ao abraçar Madalena, por exemplo. Os bons são humildes. E humildade é você reconhecer que você não é o centro do universo. Humildade é saber que escutar o próximo e – PRINCIPALMENTE – tentar entender (de verdade!) seu ponto de vista não é um mero favor. Humildade é conseguir enxergar a necessidade em se escutar o próximo e ouvir suas queixas ou alegrias. Se você não vê a necessidade em

A Equilibrista

Naquele momento ela não se sentia bem. Estava incomodada com um vazio na barriga e na mente. Ela precisava preencher com palavras e poesia sua existência, a qual, para ela, não fazia sentido.  Ela permeava nesse ir e vir de emoções circulares, seculares, celulares.  Ela mergulhava no desejo de conhecer seu limite. Ela brincava numa corda bamba, onde qualquer deslize pudesse lhe conduzir o inevitável. Ela sentia necessidade de se desafiar. Como se quisesse provar para si mesma o improvável. De certo modo, o medo de cair lhe impulsionava a subir mais e mais. Ela não identificava o porquê. Tudo que ela queria era sentir algo novo. Ela aspirava os novos ares do porvir! Logo ela, tão ligada ao que já passou, tão magoada, tão sofrida... Mas num átimo, ela pensava em mudar de ofício. Ser malabarista, sonhava baixo. Mas ela gostava de altura. Ela não se via de baixo. Sua meta: ser malabarista equilibrista. O desequilíbrio voltava a lhe inspirar. Ela perdera até o ritmo do texto, com o pretexto

Refluxo

  Você tem o hábito de me dizer errado. E eu, de tão errado, me espanto aos elogios. E hoje, depois de tantos excessos, aprendi que meus erros foram justamente esses excessos. Eu amei excessivamente. Eu me dediquei excessivamente. Eu me entreguei excessivamente. Eu esperei e criei expectativas excessivamente. Eu quis até me matar por me achar excessivo demais para esta vida. Sem perceber que você, indigesto como é, é que tinha prazer em me amiudar.

Torta de paixão

sei lá, to levando com a barriga isso e haja abdominal pra manter esse vício. torta de paixão, sigo procurando o doce momento de ilusão como se amar fosse. sei lá, to levando com a barriga isso. sem fome ou apetite, café sem compromisso suspiro raivinha suspiro raivinha

Pois é

- Tem vezes que acho que não vai dar. - É... tem vezes... - Mas sempre dá, né? - Nem sempre. - Mas tem vezes que a gente acha que vai dar tudo errado e no final, dá tudo certo. - É... tem vezes... - Mas nem sempre, né? - Pois é. - O que tiramos disso? - Que tem vezes para tudo na vida. - Mas nem sempre, né? - É... nem sempre.

Anatomia

Ele o esperava na porta do centro de biociências. Não sabia o que dizer. Acreditava que tudo iria vir naturalmente. Ele voltara a acreditar nas biociências. A tesoura do desejo o esquartejava na espera. O medo dessecava as carnes, “manter-se no formol não é tarefa fácil”, pensou. Esperou. Todo esse ritual escatológico trazia talvez um novo rubor em sua face. Talvez. Ele já não estava tão ansioso pela sensação do prazer carnal. Sexo ele conhecia bem. Eram outros prazeres que o guiavam. Estava cansado de correr na direção contrária. Ele só queria descansar e compartilhar um pôr-do-sol e um remédio antimonotonia. É pedir muito? Talvez fosse. O instinto dizia “quem não chora não mama” e a razão retrucava “no hay que llorar!”. Verdade... Por que chorar? Mais ainda, por que não levar como “leve pluma”?  As dúvidas, os medos, as incertezas, as culpas, as desculpas. Tudo ficou tão leve que voou pra longe. Era amor de exageros. Não tinha como não ser – “mas que nada!”. Eles voaram. Em direções

Entrelinhas

tentei me ler nas tuas entrelinhas fui capaz será? não sei... mas talvez algum dia tanto faz... e o que guardo na lembrança é minha maior herança o seu jeito engraçado de pedir e no peito o meu abrigo era o seu abraço amigo ver você me ver sorrindo e sorrir. o rio bravio e sua valentia corre atrás de mim, de si, de nós ou de algum dia algo mais...

Sentindo falta

eu me pergunto onde é que está aquele menino  que fazia poesias.  a poesia dele morreu?  fica a falta em todos  os sentidos possíveis  dos sentidos possíveis.

Ácido

De todas as experiências que vivi e que senti, certamente uma das mais importantes que tive foi com o ácido. Todas as outras têm muito potencial de vício e eu não gosto da ideia de dependência. A dependência é um cabresto cruel da sociedade cada vez mais dita moderna. Dependência em álcool, em cigarro, em ecstasy, em açúcar,  em maconha, em cocaína, em tarja preta, em likes no insta, em endorfina, em sexo, em crenças...  E é aqui que eu atino: se analisar bem direitinho vamos ver que sim: somos seres dependentes! Então a questão não é evitar a dependência e sim no que devemos escolher depender, de fato. Afinal, dependemos de coisas externas para existirmos: não somos autossuficientes. "Plene"? Até a faixa 2 né, anjo? E quem diz que é, tá mentindo. Afinal, você pode até estar/ficar em plenitude, mas daí ser/viver estritamente pleno? Acho que não, hein? Talvez, inclusive, sejam esses o do pior de todos os tipos: os dependentes da independência, ou mais acidamente falando, da fa

No tocafitas

Ele saiu de casa e, no fundo no fundo, essa frase mexia com ele. Era como se algo estivesse dessintonizado. Ao sair de casa era como se lhe tirassem tudo, mas o seu teto era de estrelas e o seu chão de giz. A questão se situava onde a pergunta se escondia: onde era essa casa? O planeta Terra era sua casa? Faltava-lhe um lar? Talvez todas as dúvidas fossem certezas e certamente todas as certezas eram duvidosas. Vira esse disco! Atravessando os agoras, ele se embananava com o tempo, mas acabou por aprender a dar aquele abraçaço em todas as suas frequências. Doía-lhe demais despir-se do ego. Perguntava-se até se precisava vê-lo nu, se precisava penetrá-lo. Não podes pensar! Aje! Ele já agiu sem pensar e pensou demais sem agir. Sinal fechado. Não foi dessa vez. Ele saía de casa a toda hora. "A casa é sua!" Toda casa é casa. Ele procura lares. Quem sabe não é agora!? Quem sabe? Será só imaginação? Tenho medo de pirar... Dizem que sou louco, mas não somos todos? Tenho uma dúvida pu