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Mostrando postagens de 2015

Textão.

Vivo na brevidade do fim dos tempos. Na iminência de que o mundo desapareça numa notícia-bomba. Explodo na efervescência dos zapes e implodo no avesso das pazes. Vivo no meio do meu último nome! Busco calma no alvoroço desconexo do meu pensar. Pelo menos tento. Porque meu pensar, coitado!, vive não se sabe onde. Tão volúvel, tão instável, tão ingênuo e, por isso, tão doente... Queria ter algo legal para pensar: algo extasiante. Mas a brevidade do fim dos tempos assola qualquer ideia. Só sinto pânico e ansiedade pela necessidade de querer fazer tudo que me falta fazer já que os tempos estão acabando. Nada de bombas-relógio, todos os relógios é que viraram bombas! Dividir bons momentos agora é compartilhar, é número, é estatística. Tudo se tornou Instantaneamente-gram! É uma obrigação. O social se separou da sociedade e vivemos como se fosse The Sims (ou seria The Nãos?), sem remelas ao acordar, com respostas padronizadas (mas com estilísticas distintas), com éticas padronizadas

Arritmia.

Não sei como é, nem sei como seria, tampouco como será. Só sei como foi. E que foi bom. E que foi ruim. E foi tudo. Como eu e você: vítima e algoz, algoz e vítima, respectiva, inversa, reciprocamente. Eu faço mal a você, te incinero, te sugo, te exploro, te uso, te mato na unha e no fim te jogo fora. Você também faz o mesmo por mim, me envolve, me mal acostuma, me mima, me usa, me tira o fôlego, me apraz e no final me abandona. Completamos um ao outro com a ausência. Às vezes acho que procuramos meios para não encararmos tantos finais. Fingimos que esquecemos de lidar com a ideia que o meio passou e que já estamos pra lá da metade do caminho (seja lá quão longa essa estrada for). Eu numa ponta, você na outra. Em direções opostas do mesmo verbo: ora eu aspiro, ora você expira, ora eu expiro, ora você aspira. Mas algo nos une. Há algo, mais forte, muito mais forte que eu e você, que nos liga, nos obriga, cria entre nós uma relação mutualista, dualista, masoquista. Não sei até onde vai

Transição.

Vencer um grande medo é a sensação mais difícil e talvez mais prazerosa que se pode ter na vida. Vide, por exemplo, o medo da morte. Se pensássemos no que ganharíamos caso perdêssemos a vida, talvez não pensássemos tanto no que perderíamos caso ganhássemos o direito de chegar do outro lado. Encarar essa balança de riscos é sim o desafio mais estarrecedor que precisamos enfrentar. Atirar-se ao inesperado traz consigo maus presságios, inevitavelmente. Igualzinho à morte. Arriscar-se é tão doloroso assim, porque nos tira do conforto do previsível. Você não quer isso pra sua vida, no fundo, mas isso está sempre lá, constituindo cada átomo de sanidade e insanidade da sua existência. O onipresente prazer angustiante que o medo traz é excitante e, ao mesmo tempo, excruciante. É o medo que tentamos evitar, mas que sempre está lá. Em tudo. No que desejamos, no que sentimos, no que invejamos, no que queríamos, no que imaginamos, no que seria se... A projeção do futuro tem uma obrigação mor

Mais amor por amor.

Para mim, inteligência se mede com o quanto se consegue ver os dois lados de qualquer problema-solução. Ou seja, quanto mais empatia você tiver, mais inteligente a meu ver. Meu mundo ideal, aquele que eu procuro onde todos tentem viver em paz, se basearia nessa inteligência para existir. Esse mundo foi o máximo que minha inteligência permitiu imaginar, mas eu acredito obviamente que possa existir outra solução-problema para isso. :)

Oração ao ego.

Minha angústia fazia sentido. Eu estava certo no que previa e você me fazia crer que não. Você me enclausurava as prospecções, você me punia pelas dúvidas, me imbuía de uma culpa intangível por eu pensar assim. E no fim eu estava certo! Nada nem ninguém vai desmentir isso! Não importa quantos argumentos você use, frente aos fatos não há controvérsia! Não pense que eu vou bancar de vítima ou de algoz. Não tenho paciência para esse joguinho que você dizia ser eu que inventava. Não tenho estômago para tanta hipocrisia. Dói, de verdade, a barriga quando penso nesse erro que foi acreditar em você quando você dizia que eu estava errado. Eu fui estúpido pela minha empatia, pela minha crença pueril de que tudo que eu pensava estava mesmo errado, era invenção. Agora vejo que eu não era um lunático por ver seu desejo cruel em me ver mal! Só agora percebo o quanto tudo aquilo que eu falava era verdade e que você no fundo sabia que era verdade, mas me negava pelo simples prazer de me ver d