Pular para o conteúdo principal

Deus

Tenho para mim que Deus está em tudo aquilo que não foi inventado. No inédito do inédito é onde Deus habita. O que Ele faz está no que ainda não foi feito e tudo só pode ser feito, portanto, através do que Ele faz. Pode parecer filosófico (e, por isso, abstrato) demais, mas eu explico. 

Acho que Deus é uma junção de tudo aquilo de misterioso que há no universo. Ora! Você nunca  se perguntou a razão das coisas? Nunca percebeu que há perguntas sem respostas e respostas sem perguntas? Por que eu amo minha mãe? Não sei, eu apenas a amo. Por que eu preciso passar por isso? Não sei... talvez para aprender o que hoje eu sei? Por que eu vivo? Por que eu morro? Há muito de Deus nas crianças de 8 anos. 

Ele criou o livre-arbítrio. Sendo essa, talvez, a sua primeira criação. Pois desde a primeira ideia, houve o livre-arbítrio para escolher o que se fazer depois. Deus inventou também o liberalismo. O liberalismo divino – que seja. E Ele foi tendo ideias inéditas, e inéditas, e inéditas... Imagine só! Todas as ideias, para serem concebidas, vieram da ideia "gênesis" de criar o livre-arbítrio.

Criou-se tudo: Universo, Plural, Estados Unidos, Potência, Desejo, Marreco, Sérgios, Vazio... Até O Presente Momento Em Que Você Lê Isso! Inclusive, até a concepção de que Ele não existe foi por Ele criada. E talvez, por esse lado, é justificável nos sentirmos apequenados diante da Sua onipotência. Deus escreve inclusive torto por essas linhas que preenchem a página e lê precisamente por esses olhos que a percorrem.

Você deve estar pensando que há vários "poréns" nessa História toda. Deve passar, por exemplo, na sua cabeça que Deus tenha permitido coisas ruins e isso "é inconcebível!". E é, talvez, aí que se deslinda o mistério. Pois é na busca pelo mistério, da sua aceitação ou da sua inquietação, que acabamos por nos encontrar – postas as nossas falhas e pequenez – conosco mesmos. Deus é tão perfeito que criou até a imperfeição.

Porém – são vários, lembra? – Ele também criou você perfeito. Valeu, Deus!


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tá.

Seu corpo tem a chave dos meus desejos. Seu beijo: língua na minha libido. Peito cheio de aspirações: que também me pira e inspira. Seu jeito, sua voz, seus segredos, seus sussurros, suas taras: tudo. Sem medos ou grilos de mim. Silêncio corrompido pelo seu gemido. Tudo agora tem sentidos: vai e vem. Sua carne boa, sem nervos, no ponto, suculenta. Obrigado, mas sem brigar comigo. Leve levo a sua cintura – que me aprisiona como um bambolê. Seu ciúme: minha alforria. Você talvez não saiba, mas eu sei onde você sente. Afinal, como você vai embora, algo fica pra sempre pra trás. Aliás, você não vai mais embora. Você virou minha pintura, quadro vivo na minha memória. Queria saber desenhar... mas pra quê? Se eu posso escrever sem pontuações as mais diversas versões de como você tá suas FR /sɥa/ verb second-person singular past historic of suer suer -uːə(ɹ) UK US noun Someone who sues; a suitor. suer FR /sɥe/ verb to sweat ...

Na cigarreira.

O vício sempre parece uma boa opção em algum momento. A gente nunca consegue ser invicto contra ele. Parece que ele, o vício, é a única solução que nos aceita e nos é impossível renegá-lo para sempre. A vontade contumaz fica lá, urdindo pela sua recaída, até que ela vence dessa vez (mais uma vez). Resiliência silenciada na calada da noite das respostas que tive que inventar. Aquele silêncio do estalar da pólvora pra retomar o fôlego. Sempre recaímos. Em uma hora ou outra inevitavelmente tropeçamos. É ilógico pensar que não recairíamos. Não é um Lucky Strike (golpe de sorte), sabemos disso. Mas continuamos jogando, afinal um gol contra os sete que já marcamos não nos fará perder a partida. Dois cigarros: um pra mim, um pra meu amor-próprio. Eu e ele tragamos, transamos e trazemos novos paradoxos pro velho cinzeiro. As cinzas dos pensamentos renascendo como fênix e morrendo – como fênix. Dois cigarros: um pra morte e outro pra vida. Medo e desejo brincando na corda bamba da distância. U...

Caminhos

Ainda me pergunto onde é a fronteira entre raiva e tristeza. Heranças da relação, promessas inescapavelmente fugitivas, mais um crime sem solução… Vários são os caminhos dessa longa estrada. Como as visões distorcidas da vida após a morte. Afinal, zumbis só se alimentam no imaginário. Mas o que é viver senão um passeio no mundo dos pensamentos? Viajo por entre memórias e projeções. Percebo o óbvio: só tenho esse presente. Uma bússola estática me navega desde o Norte até este Janeiro. Ela me aponta raivas e tristezas. Não somente as que vivi, mas sobretudo as que com prazer compartilhei. Eu me esforço muito para discernir quais sentidos — raiva ou tristeza — eu devo ou posso seguir. Entro na contramão de vez em quando. Atalhos da vida linear. Mudo de marcha e meu câmbio sempre me impulsiona ao exterior. Belos horizontes despontam novas experiências. Não só excrucia ou extermina o melhor de mim, mas também excita e exercita. Percebo o que a estrada sempre quis mostrar: o caminho a frente...