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Mostrando postagens de novembro, 2014

Asssíduo.

Eu queria ter menos segredos pra contar, menos receios guardados, menos interesses contidos. Eu queria não ter medo de voar, disse a cobra. Eu lembro que quando era pequeno tinha um sonho rotineiro de voar. E cair. Sempre o mesmo sonho: voar e no meio do voo, perder minhas forças, meus super-poderes e despencar em queda livre. Isso me apavorava! Fazia-me perder a paz, tremelicando sobre o meu travesseiro suado a chorar até que o cansaço opioide das lágrimas me vencesse. Ficava a pensar na decepção, na vergonha e na impotência que é ser incapaz de voar no meu próprio sonho. Doce é a infância onde nossos principais medos são os sonhos. Às vezes quando eu me admiro por algo, sinto empatia por essa admiração. E eu não me orgulho disso, nem tenho ojeriza. Confesso que a única coisa que sinto é medo. Um medo social, um medo velado, que é o medo de explodir, de evitar o inevitável e meus segredos, meus dramas, minhas palavras, meus nãos, meus sins viessem todos à tona de uma vez. Meu eu