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Mostrando postagens de outubro, 2021

A Equilibrista

Naquele momento ela não se sentia bem. Estava incomodada com um vazio na barriga e na mente. Ela precisava preencher com palavras e poesia sua existência, a qual, para ela, não fazia sentido.  Ela permeava nesse ir e vir de emoções circulares, seculares, celulares.  Ela mergulhava no desejo de conhecer seu limite. Ela brincava numa corda bamba, onde qualquer deslize pudesse lhe conduzir o inevitável. Ela sentia necessidade de se desafiar. Como se quisesse provar para si mesma o improvável. De certo modo, o medo de cair lhe impulsionava a subir mais e mais. Ela não identificava o porquê. Tudo que ela queria era sentir algo novo. Ela aspirava os novos ares do porvir! Logo ela, tão ligada ao que já passou, tão magoada, tão sofrida... Mas num átimo, ela pensava em mudar de ofício. Ser malabarista, sonhava baixo. Mas ela gostava de altura. Ela não se via de baixo. Sua meta: ser malabarista equilibrista. O desequilíbrio voltava a lhe inspirar. Ela perdera até o ritmo do texto, com o pretexto

Refluxo

  Você tem o hábito de me dizer errado. E eu, de tão errado, me espanto aos elogios. E hoje, depois de tantos excessos, aprendi que meus erros foram justamente esses excessos. Eu amei excessivamente. Eu me dediquei excessivamente. Eu me entreguei excessivamente. Eu esperei e criei expectativas excessivamente. Eu quis até me matar por me achar excessivo demais para esta vida. Sem perceber que você, indigesto como é, é que tinha prazer em me amiudar.