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Mostrando postagens de maio, 2011

Confusa.

Pensei em escrever algo enquanto minha amiga não chegava à minha casa. Eu a chamei porque me sinto fraca. Estranha, na verdade. Nunca senti isso antes: uma sensação tão confusa que não consigo chorar ou rir, sentir fome ou vomitar. Odeio esses dias. E eles estão ficando recorrentes. Me sinto uma estranha dentro de mim. Mas até que dizer essas palavras ajudam. Desculpe a desconexão desse texto, só sei pensar assim. Agora crio uma gata. Ainda não sei o nome que vou dar. Ela é linda! Tá brincando nesse momento com um pano de chão. Ela tem me feito bem, apesar das fezes podres. Eu durmo com ela na cama mesmo. Ela é carinhosa e se não for, vou fazê-la ser. Odeio isso em mim: forçar os outros. Por um instante vejo-me como um alguém que conheço: minha gata. O gato ronrona no seu pé pra pedir. E ele enjoa. Gosto dela. Ela se parece comigo. Eu sou tão complicada, né? Tão egoísta. Ajo sem pensar nos outros. Mas é que se eu pensar nos outros antes de agir, não me sinto honesta nem com os outros –

A caixa da sabedoria.

Era uma vez numa ilha deserta, um náufrago. Fazia tanto tempo que morava ali sozinho que ele já não sabia de sua origem ou o que havia além das imensidões azuis. A adaptação, por assim ser, sitiou seus pensamentos. Ou, em outras palavras, a acomodação exilou o que era desnecessário. As únicas coisas que ele sabia por ali era o que lhe podiam ensinar. E, tendo o sol como guia, aprendeu a ter disciplina, foco e determinação; tendo a lua como conselheira, passou a compreender suas fases e o que elas significavam; tendo as plantas como exemplo, descobriu que boas safras levam muito tempo para acontecer. Tudo cíclico, natural e desumano. Por ser rei de um reino inóspito, o náufrago encheu-se de si para tornar-se Deus. O Homem é o deus do Homem. O Homem é o deus do deus. Suas crenças tornaram-se reais; suas idéias, leis; e seus desejos, o bem geral da nação. Muitos anos se passaram e seu conforto só ia aumentando, até que ele havia se conformado supremo: a chuva caía assim, o gramado cre

Marte.

— É do ser humano ter dúvidas? — Será? — Acho que sim. — É do ser humano supor? — Acho que sim. — O que não é do ser humano? — Marte! — Será? — Acho que sim.