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Mostrando postagens de setembro, 2012

Bússula.

Meu amor, sempre me culpei porque nunca escrevi nada especificamente para você. Nunca lhe dediquei um texto ou uma crônica. Nem sequer um versinho! Passei esta madrugada pensando o porquê disso. Por que eu nunca expressei este meu imenso amor por você em palavras? Por que nunca descrevi o quanto você me é cabível, compatível, imprescindível, imbatível!? Por que eu nunca falei que quando eu penso em você, me encho de paz, de bons sentimentos, de boas histórias que vieram e virão? Por que eu jamais me dispus a eternizar em letras que você é o elixir da minha vida, que você me faz uma pessoa mais feliz dia após dia? Pensando sobre isso me deparo logo com uma longa viagem filosófica que me é tão habitual. Eis o itinerário: A primeira parada é uma constatação que eu já tinha desde muito tempo: a escrita é uma arte triste. Ele, o ato de escrever (portanto, o de ler também), se atém à tristeza assim como uma lágrima se atém à gravidade. Lógico que há outros caminhos: ora, existe a gr

A adoção.

– Mãe, pode dizer, já estou preparada. Eu sou adotada, não é? – Hã? – ... – Que idéia! – ... – Você está mesmo perguntando isso? – Claro que sim. – Mas, por quê!? Da onde você tirou isso? – Ora, mamãe! Faça-me o favor! Tá na cara que não sou sua filha! – Como assim, filha!? Assim você me ofende. – Desculpe, mamãe. Não é minha intenção lhe magoar, mas é que somos tão diferentes uma da outra... – Acho que você está se precipitando, minha filha. O que te levou a pensar assim? – Não sei... Acho que foi o espelho. – O espelho? – Sim. No espelho eu pude ver o quanto somos diferentes. Não puxei nada à senhora! Veja. Meus olhos são tão diferentes dos seus! – Agradeça a Deus por isso! Você não sabe como é incômodo usar estes pesados óculos! – Mas eles continuam diferentes... – Deixe-me tirar isso. E agora? Não se parecem mais? – Não, mamãe. Seus olhos são pretos, discretos, incisivos. Os meus são azuis, reluzentes, de brilho perdulário! – Você puxou a cor d